Turismo sustentável muda a vida de moradores de baixa renda de Guarujá






Dentre 1011 projetos oriundos de todo o Brasil, Guarujá figura entre os finalistas com seu Programa de Turismo de Base Comunitária e, já compõe o banco de tecnologias sociais da entidade. Com isso, a cidade é referência em demandas sociais, com solução de problemas, formas de envolvimento de comunidades de baixa renda e resultados positivos relacionados ao desenvolvimento social, educativo e econômico. 

Com o reconhecimento público do programa, as comunidades atendidas (Góes,Santa Cruz dos Navegantes, Sítio Cachoeira, Ponta da Armação, Prainha Branca e Jardim Progresso), demonstram que são capazes de resolver problemas com sua motivação, cabendo ao Poder Público fornecer ferramentas técnicas e gerenciais. Os técnicos da Fundação do Banco do Brasil que visitaram as comunidades elogiaram o trabalho realizado e, principalmente o pioneirismo da cidade em capacitar um adolescente com deficiência visual para guiar outras crianças com a mesma deficiência em uma trilha ecológica em meio à Mata Atlântica.

O certificado será entregue à Prefeitura de Guarujá, no dia 20 de outubro pela Fundação do BB, em conjunto com a Petrobras, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura e o BNDES. Em dezembro, a Fundação anunciará os 30 melhores projetos entre os já certificados que receberão valor em dinheiro para ser revertido ao aprimoramento das tecnologias. - Turismo de Base Comunitária: O programa Turismo de Base Comunitária de Guarujá engloba cinco projetos desenvolvidos nas comunidades periféricas da cidade: formação de monitor local, capacitação de monitores para o roteiro das aves, formação de monitor local especial em trilha sensorial, turismo comunitário na Fortaleza da Barra Grande e formação de monitores mirins. 

A proposta começou a ganhar força em 2009, no início da gestão da prefeita Maria Antonieta de Brito, que conseguiu a aprovação e sanção da Lei Municipal, que regulamentou a atuação dos Monitores Locais de Ecoturismo, em 2011, e com o turismo de inclusão aplicado na Fortaleza da Barra Grande. A decisão de passar a Fortaleza, que estava sob os cuidados da Universidade Católica de Santos (Unisantos) há 20 anos, à Cidade foi tomada após consenso entre membros do Instituto Histórico do Patrimônio Artístico Nacional (Iphan), da Unisantos e da própria Prefeitura de Guarujá. 

Ao assumir há quase um ano a Fortaleza da Barra Grande (monumento histórico-militar que começou a ser construído em 1584); a Prefeitura de Guarujá passou a cuidar do monumento e da manutenção do turismo de base comunitária,que inclui trabalhos realizados com artesãos do bairro Santa Cruz dos Navegantes. Também a partir do termo de cooperação assinado entre o Executivo e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), os moradores passaram a explorar as potências históricas, culturais, ambientais e artesanais do lugar.
 
A Secretaria Municipal de Turismo promoveu com esses moradores um curso de capacitação turística, para que eles pudessem acompanhar e relatar com detalhes as histórias que cercam a Fortaleza da Barra Grande. A prefeitura também realizou melhorias na região, como a restauração da Trilha do Paiol , que hoje permite que os visitantes caminhem por uma bela paisagem , como também faz com que eles conheçam fatos marcantes da Fortaleza. - Inclusão Turística: Os moradores também receberam treinamento para acompanharem pessoas com deficiências leves como síndrome de down, autismo e deficientes auditivos. 

O que cria um turismo de inclusão exclusivo na Fortaleza da Barra Grande. Além do trabalho dos monitores auxiliando grupos escolares e turistas de várias partes da região, a Fortaleza conta com a venda de artesanatos produzidos por duas cooperativas da Cidade: Cooperativa Pérolas do Guarujá (Coopeg) e a Cooperativa de Produtos Sustentáveis (Cooperilha), que produz materiais com garrafas PET, reaproveitamento de banners e caixas de leite tetra park. Já a Coopeg disponibiliza artesanatos com base essencial no couro de peixe, elaborando artigos de qualidade surpreendente. Outro empreendimento do bairro Santa Cruz junto a Fortaleza da Barra é o Café Solidário Sonhos e Sabores, que nasceu da vontade de uma líder comunitáriado bairro.

Há anos à frente da padaria comunitária, Cleonice Maria da Costa, conhecida como Keka, foi convidada a realizar um evento para uma delegação de executivos do mundo inteiro, que visitaram a comunidade durante uma semana. Com o sucesso do empreendimento, Cleonice chamou outras nove mulheres do bairro, as capacitou na produção de pães artesanais e outros quitutes. Assim, o “Sonhos e Sabores” iniciou seu trabalho no mês de setembro de 2011, na Fortaleza, com a ideia de disponibilizar serviços de alimentação ao público que visita a fortificação. A empresa tomou proporções maiores e, hoje, também realiza eventos para várias empresas, na Baixada Santista e no ABC Paulista. - Histórico da Fortaleza da Barra Grande:

Considerada o monumento histórico-militar mais importante do Estado, a Fortaleza da Barra Grande começou a ser construída em 1584, um ano após Santos ser atacada por piratas ingleses. Em 1590, um novo ataque de piratas ingleses perfurou o bloqueio feito na Fortaleza. Depois disso, a Fortaleza evitou uma tentativa de reabastecimento de barcos holandeses (1615), e uma tentativa de assalto de piratas franceses (1710). Além de servir como proteção à invasão de navegações inimigas, as instalações da Fortaleza também foram utilizadas como presídio político. 

Com a construção do Forte de Itaipu, perdeu importância estratégica e, posteriormente, foi desativada. O horário de funcionamento da Fortaleza da Barra Grande é de terça-feira a domingo das 9 às 17 horas. A maior parte dos visitantes chega pela travessia do mar, realizada na Ponte Edgard Perdigão, que fica na Avenida Saldanha da Gama, 64, Ponta da Praia, Santos. 


Enviado por: Rosely Rocha